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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Homesick + hormonios loucos


Eu sempre fui meio banda-voou.
Me inscrevi num concurso em São Paulo, passei, arrumei minhas trouxas e fui.
Assim.. sem conhecer ninguém por lá, e sem muito pensar em como seria.

Fiz amigos superlativos, aprendi tanta coisa!
Aí, um belo dia, eu invoquei que queria vir morar em NY.
Mainha não gostou nem um pouco, meu pai reclamou. Todo mundo me olhou torto.
Mas eu vim. Também sem rede nenhuma para me dar suporte!

Vim e curti, sai, causei, conheci muita gente que não presta, alguns que se salvam.
Aprontei muito, até que conheci o Joey.

Já contei aqui como foi louco esse processo de apaixonamento.
O fato é que hoje eu estou casada, e grávida.
Grávida do homem mais carinhoso e doce que eu já conheci.

Hoje, estou feliz com tudo o que estou vivendo.
Mas fico me perguntando se não é muito cedo para eu "settle down"...
Se eu quero mesmo viver em NY para todo o sempre, amém.

Claro que é sempre complicado falar em "para sempre"... a gente nunca sabe o dia de amanhã, né?
Mas eu não suporto a idéia de viver aqui. De criar a minha filha aqui.
NY é uma delícia!! Férias aqui é tudo de bom, até morar aqui é uma experiência super rica, quando se é jovem, e solteiro, ou até com um namorado (em minha opinião).

Mas com filho, acho que fica complicado para me mandar para outro canto quando me der na telha - como eu sempre fiz...


Fora que, além da minha insatisfação com a "american way of living", eu estou sozinha aqui.
Não me entendam mal.. eu tenho o meu anjo aqui comigo. Que cuida de mim, me diverte como ninguém, me faz feliz demais!

Mas eu não tenho minha mãe, meu pai, meus irmãos...
Como eu vou dar conta de minha bebê aqui sem minha mãe?
Como vou fazer a minha filha aprender português?
A gente só vai no Brasil uma, duas vezes por ano?



O Joey nem pensa em sair daqui. A vida dele é aqui. A família, os amigos, todos estão aqui.. e eu não tenho coragem de impor isso a ele.. pelo menos não agora, assim, de sopetão...
Ele não é igual a mim. Imagino o quanto seria difícil pra ele largar tudo e viver em um país estranho, cuja língua ele não fala, longe de tudo o que ele conhece.
Mas ele é aberto a conversas. Fala de férias mais longas... ele entende que eu preciso disso.


O serviço de saúde para gestantes aqui é incrível! Não tenho do que reclamar.
Eles não perguntam de onde vc é, se é imigrante legal ou ilegal. Se vc pode pagar, vc paga, se não puder, não paga. Perguntam seu nome, seu endereço e pronto.
E o serviço é de primeira!
Nada de prioridade para os que pagam ou tem convênio. A consulta tá marcada? É atendido na hora, independente da situação!

Fazer enxoval aqui tb é mais fácil. Tudo é super baratinho....



Não sei se estou reclamando de barriga cheia. Tanta gente adoraria viver aqui, mesmo com esse frio desgraçado, vivendo o american dream, ganhando em dólar.
Tento pensar que o fruto-do-meu-vizinho-parece-melhor-que-o-meu, e que eu sou daquelas que sempre quer o que não tem, e tento trabalhar isso.
Mas viver longe de tudo o que a gente conhece é díficil, viu?

Mas vamos lá.. um dia de cada vez!
kkkkkkkkkk

Força na peruca!


Um comentário:

  1. Entendo, sob o ponto de vista da minha vivência ,especialmente, o que vc diz. E, de fato, não é simples ter um bebê longe de tudo. Posso te dizer que é possível, sim. Com um custo alto, emocional, mas possível.

    Mas as suas últimas palavras são as mais sábias: Viver um dia de cada vez.
    E as coisas vao se desenhando naturalmente, amiga. E pelo que conheço de vc, o tempo vai dizer ao pé do seu ouvido o que vc é capaz de suportar.
    Escolhas, sempre elas. Mas uma de cada vez.
    E que a baby Shea venha ao mundo com passaporte americano de nascença!Chic!

    Te amo, amiga, e vou estar ao seu lado em todos os momentos.
    Sabe que pode contar.
    Um beijo estalado na sua barriga!

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