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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Vinculando...

Para uma psicóloga, desertora do mestrado e grávida, falar de vínculo pode ser particularmente ansiógeno!

Quando se falava em vínculo, eu pensava em Freud, em Pichon-Rivière, em editoras, livros, normas da ABNT.

Hoje eu penso na idéia, no desejo, no xixi no bastãozinho do teste de farmácia, nos enjôos, no borrão se mexendo rápido na primeira ultrassonografia - o tal do coração.

O vínculo é bilateral, é uma via de mão dupla. É amor, necessidade, crescimento, é influenciar e ser influenciado, é mudar e provocar mudança...

E para quem veio de Salvador, acostumada a abraçar, beijar, tocar, construir vínculos numa terra em que neva, pode ser muito difícil – sim, eu acredito que a temperatura local interfere (e muito) na temperatura das pessoas. E como boa baiana, minha temperatura é beirando os 40 graus!

Hoje eu tenho momentos instensos de lapidação de vínculos com meu filho. Quando passo horas hidratando a barriga e os seios com um hidratante de gestante que a minha mãe mandou lá do Brasil – porque vínculo também é aquilo que faz a mamãe acreditar que a filha grávida que mora na capital do mundo está desprotegida, e que lá não existe nenhum hidratante especial para gestante.

E, sinceramente, não importa se existe ou não. Mesmo que seja fabricado aqui, exportado pra lá, e mandado de volta pra cá por ela, o hidratante da mamãe é o melhor do mundo!

Esse bebê, me fez sair da academia. Hoje eu não penso mais com Bowlby, Piaget, Pichon ou sei lá mais quem. Hoje sei que, mesmo tendo aprendido tudo sobre desenvolvimento infantil, estou morrendo de medo de fazer as coisas todas erradas, e tenho certeza que as farei. Mas sei também que aprenderemos juntos, meu filho e eu.

Não vejo a hora de cortar abóboras com ele (ela?), no Halloween, e sair para trick or treat. Ação de graças, decorar árvores de natal, réveillon, aniversários... e é claro construir nossas próprias tradições familiares... lapidar nosso vínculo.



Beijos, me liguem!

2 comentários:

  1. Ah, mas eu bem que preciso te dar uma surra!Não pode mais não, né..Por causa do sobrinho. Mas logo ele nasce e eu te bato.
    Tem um blog, é? Não me contou nada. Decerto é porque não quer que eu acompanhe a prenhez!!rsrsr

    Amiga, como é bom te "ler", já que não posso te ver.

    Te amo muito.

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  2. Que lindo!!!
    Adorei seu texto!!!
    Eu sempre digo que na prática a teoria é outra e vc comprova isso com seu texto!!!
    Tantas teorias aprendidas e o medo de fazer errado...
    Amei a história do creme...rss

    bjs,

    Cláudia

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